Associações cobram ação do Brasil em reunião da ONU

As entidades que compõem a Aliança Brasileira pelo Clima querem que o governo brasileiro tenha uma postura mais ativa nas negociações ligadas à Convenção sobre Mudanças Climáticas, que as Nações Unidas realizam em dezembro, em Copenhaguen, na Dinamarca. “O País com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo tem que assumir um papel de liderança nas discussões globais sobre o clima. É preciso ter uma postura proativa”, disse o presidente da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank.

A presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, ressaltou que o Brasil precisa brigar para que os países desenvolvidos adotem metas ambiciosas para emissão de gases de efeito estufa. A Aliança propõe um corte de 40% nas emissões até 2020, tomando como base os níveis de 1990. “Aqui funciona a lei da oferta e demanda. Se a meta não for robusta, o crédito de carbono não será valorizado no mercado internacional”, explica.

Outro ponto em discussão é o compromisso de acabar com o desmatamento no Brasil, considerado pelos executivos o “grande vilão” nacional. Para a Aliança, primeiro o País precisa firmar o compromisso de desmatar menos, mas também precisa criar formas para mensurar, verificar e ainda comunicar o andamento deste processo. “A redução do desmatamento deve ser remunerada. E os recursos devem chegar diretamente ao produtor rural”, avalia Carlo Lovatelli, que preside a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

O documento apresentado hoje pelos representantes da Aliança Brasileira pelo Clima foi entregue ontem ao embaixador Luiz Alberto Figueiredo, que chefia as negociações sobre o clima pelo Brasil. “O embaixador ficou muito satisfeito com a densidade e o detalhamento técnico das propostas do setor, por tratar dos principais assuntos que estão hoje na mesa de negociações”, afirmou Marcos Jank. Segundo ele, o grupo volta a se reunir nas próximas semanas para discutir com Figueiredo os pontos nos quais não houve consenso entre o governo e o setor privado, sem dar detalhes sobre quais assuntos estariam em pauta.

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