Apesar da greve decretada por policiais militares na Bahia na terça-feira, 8, o governo do Estado afirma que a adesão dos oficiais foi baixa. Foram registrados saques e assaltos durante a madrugada, sobretudo em bairros periféricos de Salvador.
Mas, nas demais regiões da cidade, nesta quarta-feira, 9, o clima era de normalidade: comércios estavam com as portas abertas, escolas mantiveram as aulas e o transporte público circulou sem restrições.
A decisão da greve foi anunciada nesta terça-feira,8, pelo deputado estadual Soldado Prisco (PSC), após assembleia da categoria.
À frente da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-Ba), uma das entidades que representam a categoria, Prisco, que é vinculado ao Corpo de Bombeiros da Bahia, garante que cerca de 70% dos policiais militares estão parados em todo o Estado.
Ele afirma que o governador Rui Costa (PT) não cumpriu um acordo firmado com os militares em 2014, quando houve outra paralisação policial.
Prisco diz também que o governo não abriu negociações. A categoria pede aumento salarial e melhores condições de trabalho. “O governo não negocia. São inúmeros os pedidos protocolados”, diz.
Segundo ele, o governo está tirando policiais de áreas administrativas e colocando esses oficiais nas ruas.”Isso está acontecendo principalmente nos bairros considerados nobres, mas a periferia está descoberta”, garante.
Já o governo afirma que a adesão à greve é zero e diz que, do efetivo de 33 mil policiais militares no Estado, apenas 300 participaram da assembleia.
“Hoje, apenas 30 policiais se encontram em companhia de Prisco no clube onde eles se reuniram, os demais estão trabalhando normalmente”, informa a assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Ainda segundo o governo, a PM está nas ruas e, nas últimas 12 horas, teria capturado 15 pessoas e apreendido quatro adolescentes envolvidos em crimes. “A tropa segue unida e consciente da sua obrigação com a população. Avançamos nos últimos anos e continuaremos conquistando melhorias”, disse subcomandante-geral da PM, coronel Paulo Uzeda.
Segundo a PM, a convocação da greve é política, tendo em vista a proximidade das eleições municipais de 2020. “Esse movimento é político e tem a intenção de criar um clima de insegurança. Isso não será permitido”, afirmou, por meio de nota, o comando da Polícia Militar.