A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lança campanha pública sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado do transtorno bipolar, uma doença que afeta de 3% a 8% da população, segundo diferentes estudos. A campanha faz parte de um programa de educação continuada da ABP contra o estigma e preconceito em relação a pacientes com transtornos mentais. A campanha inclui a distribuição de material educativo sobre a doença para pacientes e familiares e programa de educação médica continuada.
Transtorno bipolar é uma doença que há alternância de fases de hiperexcitabilidade e agitação com fases de profunda tristeza e depressão. É crônica que, como o diabetes e hipertensão arterial, pode também ser tratada e controlada. Manifesta-se inicialmente na adolescência (60% dos casos antes dos 20 anos de idade), mas pode ocorrer em qualquer idade. É um dos três distúrbios mentais mais comuns (as outras são esquizofrenia e depressão) e é a sexta principal causa de falta ao trabalho.
Dos cerca de 25% que tentam o suicídio, cerca de 4% se suicidam de fato. Entre os pacientes tratados, o índice de tentativas cai para cerca de 10%.
“Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que tenham uma vida normal e produtiva. Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também combater o estigma e preconceito contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a mente, e reintegrá-los à sociedade”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Os principais sinais e sintomas do transtorno bipolar são:
• Sentimento de êxtase, júbilo
• Irritação e agitação
• Pensamento e fala rápida
• Distrair-se facilmente
• Desejo de envolver-se em vários projetos ao mesmo tempo
• Insônia ou pouca necessidade de sono
• Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem proteção
• Julgamento prejudicado
• Agressividade e hostilidade
A maioria dos pacientes também alterna episódios de agitação e euforia com períodos (por vários dias ou mesmo semanas) de profunda tristeza, desânimo, sensação de vazio, perda de interesse em atividades, ou assuntos, que normalmente provocariam prazer; sensação prolongada de cansaço, mudanças nos hábitos alimentares e de padrão de sono, e pensamentos suicidas e de morte. A campanha tem apoio da Abbott.