O presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Vanderlei Jangrossi (PP), disse nesta segunda-feira (29) que a casa ainda estuda a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de adulteração no leite. De acordo com o deputado, os parlamentares que compõem as comissões de Saúde e Direito dos Consumidores deverão se reunir na quarta-feira para tratar do assunto. Jangrossi ressaltou que a principal preocupação da Assembléia refere-se à punição dos envolvidos no esquema.

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Na semana passada, a operação Ouro Branco, da Polícia Federal (PF), prendeu 27 pessoas envolvidas na fraude do produto distribuído pela Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), de Uberaba, e pela Agropecuária do Triângulo Mineiro (Casmil), de Passos. As denúncias apontavam para utilização de substâncias químicas impróprias para o consumo humano, como soda cáustica e água oxigenada, com o objetivo de aumentar a longevidade do produto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de alguns lotes do leite longa-vida das marcas Centenário, Calu e Parmalat. Deputados mineiros acompanharam as diligências da PF em Uberaba no segundo dia da operação.

Esta não é a primeira vez que a Assembléia mineira investiga a cadeia produtiva do leite. Entre 2001 e 2002, uma CPI foi instalada na casa para investigar os mecanismos de formação de preços do produto. O relatório da CPI mineira concluiu, à época, a ocorrência de fraudes no processo industrial, como a adição de soro ao leite. Porém, no relatório final, os pontos que chamaram mais a atenção foram os indícios de formação de cartel pelas indústrias de laticínios, abuso de poder econômico pelos supermercados e monopólio na fabricação de embalagem longa-vida pela Tetra Pak. Além de Minas, as Assembléias Legislativas dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também instalaram comissões.

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