A Polícia Militar ignorou 12 ligações de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, feitas após o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e do filho dele Raoni, de 25, no dia 12, em Osasco. A PM havia informado anteriormente que apenas dois telefonemas teriam sido recebidos pelo 190.
Em depoimento à Polícia Civil, Nunes afirmou que queria se entregar e foi orientado pelo atendente do 190 a se apresentar na delegacia mais próxima. Em outra ligação, segundo a PM, o acusado dizia frases desconexas e não forneceu a localização exata para que uma viatura fosse enviada até o local.
O delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, responsável pelo inquérito, recebeu na última sexta-feira as contas detalhadas do celular de Nunes.
Três ligações foram feitas minutos depois do crime, que ocorreu entre 0h20 e 0h22. A primeira, à 0h25, durou oito segundos. A seguinte, à 0h34, 36 segundos. E a terceira, à 0h36, 93 segundos. As outras nove ligações foram feitas no dia 13, entre 17h13 e19h03.
A Polícia Civil também apurou que Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, o amigo que levou Nunes de carro à chácara de Glauco, saiu da casa do cartunista só após o crime, à 0h22m36s do dia 12. O horário foi apontado pelo GPS do carro que ele dirigia. No primeiro depoimento Iasi disse que havia deixado o local antes dos disparos. Segundo o delegado, Iasi é suspeito de ter dado fuga para Nunes, o que ele nega.