O assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e de seu filho, Raoni, de 25 anos, voltou três vezes ao local do crime. O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, rondou a chácara das vítimas em Osasco, na Grande São Paulo, no sábado, dia 13, como provariam os dados do rastreamento de seu celular obtidos pela polícia com a quebra de seu sigilo telefônico.
Foi naquele dia em que ele telefonou por volta das 19 horas à viúva de Glauco, a artista plástica Beatriz Galvão. Disse: “Oi, Bia, aqui é o Cadu (como Nunes é conhecido).” Assustada, ela desligou. O rastreamento mostra que naquele momento, pela terceira vez no dia, Nunes usava seu telefone no Parque Santa Fé, bairro onde o crime ocorreu.
A Polícia Civil desconfia que o estudante só não entrou de novo na chácara do cartunista porque viaturas da Delegacia Seccional de Osasco faziam a proteção do lugar. “O rastreamento do celular mostra que ele mente quando diz que se escondeu na mata”, disse o delegado Marcos Carneiro, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). Glauco e seu filho morreram com quatro tiros cada. Nunes afirmou que, após o crime, ficou escondido na mata próxima até as 5 horas do dia 12.
Depois do crime, o estudante levou nove minutos para percorrer cerca de 9 quilômetros, entre o Parque Santa Fé e o bairro IAPI, em Osasco. Pelo menos é o que mostra o deslocamento de seu celular. “Esse dado mostra que seria impossível ele fugir à pé”, afirmou o delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, da Unidade de Inteligência Policial (UIP) do Demacro.