O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, que confessou ter matado o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53, e seu filho Raoni, de 25, ligou duas vezes para o 190 da Polícia Militar após o crime. Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que queria se entregar. Na primeira ligação, o atendente pensou que fosse trote. Na segunda, foi orientado a ir a um distrito policial.
Em nota divulgada ontem, a PM confirmou ter recebido as duas ligações de Nunes, pouco depois do crime, ocorrido em Osasco, na Grande São Paulo. A PM informou que, nas duas ligações, Nunes narrava coisas sem sentido. Também não forneceu sua localização ou informações para que uma viatura fosse enviada até o local e, por isso, foi orientado a ir a uma delegacia.
Ontem, a Polícia Civil informou ter detectado uma contradição no depoimento de Cadu. O rapaz disse que roubou um carro no Morumbi, zona sul, às 9h30 de domingo, e fugiu em seguida pela Régis Bittencourt para Foz do Iguaçu (PR), onde foi preso, por volta de 23h30. O veículo, no entanto, foi flagrado no Ibirapuera às 13 horas daquele dia. Segundo a polícia, Nunes pode ter ido ao Ibirapuera para se encontrar com alguém e receber ajuda para fugir.
Há outra contradição: ele disse que fugiu a pé do local do crime, por volta da 0h30 do dia 12. O delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Osasco, apurou que Nunes percorreu pelo menos 12 km em 11 minutos, o que não poderia ter feito a pé. A suspeita é de que o universitário Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, tenha dado fuga ao amigo. Foi Iasi quem levou Cadu à casa do cartunista, na noite do crime.