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As quatro faces da nova Ceagesp paulistana

A nova Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) será mais funcional e possibilitará melhor mobilidade. O Estado teve acesso aos quatro projetos finalistas do processo seletivo interno do Novo Entreposto de São Paulo (Nesp): em comum estão facilidades logísticas e propostas para resolver os gargalos do entra e sai de caminhões. Não faltam também propostas avançadas, que discutem até o modelo de comercialização das mercadorias.

Também estão nos projetos preocupações com acessibilidade e segurança de pedestres. A proposta vencedora sairá das pranchetas de um desses escritórios: MV Escritório de Projetos, Bacco Arquitetos Associados, TM2 Planejamento e Projeto ou SG Projetos e Consultoria. O processo seletivo vem sendo conduzido há dois meses pelo comitê de projetos do Nesp.

Originalmente eram oito candidatos. Os finalistas foram definidos nesta semana. Em 30 dias, a empresa deve decidir o vencedor, “que pode ser uma junção de duas das finalistas”, diz Sergio Benassi, presidente do Nesp. “Agora a disputa é mais comercial, da quantidade de trabalho que cada um se propõe a fazer e, consequentemente, do custo final.”

Em comum, os quatro “entenderam mais a linguagem do povo que opera dentro de um entreposto”, nas palavras de Benassi. No geral, valorizam a parte funcional e, sobretudo, buscam melhorar a mobilidade interna – resolvendo “gargalos”. O Bacco Arquitetos e Associados fez um projeto futurista, com visão mais vanguardista de entreposto. Já os outros três criaram projetos com características parecidas: são próximos à realidade dos entrepostos, preveem entradas separadas para automóveis e cargas para evitar trânsito e, como frisa Benassi, “fazem boa leitura das necessidades do mercado”.

Arquitetos. Desde janeiro debruçados sobre a realidade de entrepostos comerciais, arquitetos estão com discursos afiados em prol de logística operacional e mobilidades eficientes. “Trabalhamos no conceito de que o Nesp deverá ter um planejamento, preocupando-se com acessos para os diversos públicos que atende, assim como parqueamento de veículos pesados, médios e leves, individualizados e infraestrutura nos conceitos de sustentabilidade – economia, reúso e geração de energia”, diz Marcos Vieira, do MV Escritório de Projetos.

Para Thiago Machado, do TM2 Planejamento e Projeto, o desafio “foi organizar o fluxo de caminhões e o posicionamento de docas para que o fluxo não fosse interrompido durante a operação”. Segundo ele, mais de 5 mil carretas circularão no local ao mesmo tempo.

Para João Paulo Procópio Lacerda, do Bacco Arquitetos Associados, será preciso uma nova equação no abastecimento logístico. “Flexibilidade, mais agilidade, mais emprego, mais sustentabilidade, menos trânsito, menos desperdício, menos tempo, menos caos é igual a Novo Entreposto de São Paulo.” Já o projeto da SG Projetos e Consultoria buscou “simplicidade e inovação para viabilizar operação logística eficiente, ágil e confortável a permissionários e clientes”, conta Gina Grossi de Oliveira.

Futuro. Agora, enquanto a nova empresa define de quem será o projeto, tramitam os pedidos de licenciamento ambiental. Estima-se que o processo leve cerca de um ano (confira abaixo o passo a passo). “Só então poderemos começar com a terraplenagem”, exemplifica Benassi. A topografia do terreno, bastante irregular, deve obrigar uma movimentação de terra de 6 milhões de metros cúbicos.

“Será trabalho para mais um ano, mas em paralelo já poderemos começar a construção”, diz o presidente. O terreno adquirido para a obra tem 1,4 milhão de metros quadrados e está localizado na região de Perus, próximo da Rodovia dos Bandeirantes. Estudos internos apontam que a implementação do Novo Entreposto vai reduzir em 25% o tempo gasto pelos usuários no trânsito, em relação ao atual. A estimativa da presidência do Nesp é de que o entreposto esteja em operação dentro de quatro anos.

Comparação. Benassi é otimista quanto aos resultados. Ressalta que, qualquer que seja o escritório escolhido, o Nesp será “o melhor entreposto comercial do mundo”. Para tanto, se apoia nas pesquisas realizadas por 20 sócios da companhia em turnê pela Europa em dezembro. Foram visitados Mercabarna, em Barcelona, na Espanha; Mercado de Rungis, na França; Saint-Charles International, em Perpignan, na França; Centro Agroalimentar de Roma, na Itália; e o Mercado de Bolonha, também na Itália. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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