Um grupo de artistas – entre eles a atriz Suzana Vieira e a cantora Maria Gadú – protestou nesta terça-feira, 12, no Congresso Nacional contra mudanças na legislação relativa à Amazônia. Eles se encontraram com os presidentes da Câmara e do Senado e leram uma carta pública por meio da qual dizem que não aceitarão a “destruição” da Floresta Amazônica nem “ataques” a povos indígenas e populações tradicionais.

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Liderados pela empresária e produtora Paula Lavigne e por representantes do Greenpeace e da organização internacional Avaaz, o grupo entregou um abaixo-assinado com, segundo eles, 1,5 milhão de assinaturas de pessoas “indignadas com o conjunto de medidas propostas pelo governo e pelo Congresso Nacional contra a Amazônia e o meio ambiente”. O protesto ocorre em meio à polêmica sobre o decreto que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca).

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), defendeu nesta terça o cancelamento do decreto. Com os artistas, no gabinete da presidência da Casa, ele reconheceu que o governo se precipitou ao editar a medida. “Espero poder convencer o presidente da República a encerrar o assunto e abrir uma ampla conversa com a sociedade. Nosso papel agora como Legislativo é convencer o governo de que o próximo passo é cancelar o decreto”, disse Maia, sentado na cabeceira da mesa de reuniões.

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Ele admitiu que “muitos” deputados da base aliada estão “desconfortáveis” com o decreto, suspenso por 120 dias pelo governo em 31 de agosto. “Parece que tem um lado que foi ouvido e é minoria, o lado do interesse: da terra, do governo, dos políticos, dos ruralistas. O outro lado é o povo brasileiro. Tenho de falar alguma coisa. Desculpe retrucar”, disse Suzana Vieira. Desconsertado, Maia respondeu: “Maior orgulho estar debatendo com você”.

Urgência

Os artistas ainda se encontraram com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Ele se comprometeu em votar a urgência e dar prioridade ao projeto para derrubar o decreto que extingue a Renca. Eunício disse que exercerá a prerrogativa de incluir temas na pauta. “Faremos isso o mais rápido possível.”

“Estamos de olho há muito tempo em Brasília. Nós elegemos as pessoas que vieram para cá e nós também podemos colocá-los para fora. Sinto que vocês são muito mais fortes do que nós, isso me deixa um pouco triste, mas eu ainda morrerei achando que a gente ainda é a maioria deste País e não Brasília”, disse Suzana a Eunício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.