O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reagiu a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa Café com o Presidente, em que culpou o Congresso por atrasos na votação do projeto do Orçamento da União para 2008. Na ocasião, Lula disse ainda não acreditar que só ele queira trabalhar e os parlamentares, não.
Arthur Virgílio sustentou não existir qualquer intransigência por parte das oposições em relação ao orçamento, que ainda não teria sido votado por culpa da própria base governista, "que se deixa conduzir por minúsculo grupo da Comissão de Orçamento [Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização]", conforme nota distribuída por seu gabinete.
O líder do PSDB atribui a esse grupo, de acordo com a nota, a criação de "uma espécie de orçamento paralelo no valor de R$ 534 milhões, com o nome de Anexo de Metas e Prioridades, para privilegiar emendas daqueles poucos parlamentares".
– Esse anexo, não votamos. Não há nisso nenhum jogo político. É somente questão de ética. Como está, esse anexo é a porta escancarada para futuros escândalos incompatíveis com o Brasil que queremos – afirmou.
Ainda para Arthur Virgílio, "é feio e antidemocrático tentar colocar a opinião pública contra o Parlamento. Melhor faria o presidente Lula se desse os nomes dos 300 picaretas que ele disse haver no Congresso".
A nota informa também que o PSDB está pronto para aceitar a sugestão do líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), de que os R$ 534 milhões desse anexo sejam rateados entre as 27 bancadas estaduais, levando em consideração critérios populacionais e de distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O partido também apresentou proposta, semana passada, de destinação integral desses R$ 534 milhões à área de saúde, decisão que ainda depende do aval dos demais lideres partidários.