Os não-índios têm até a meia-noite de hoje para sair da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Se o prazo, estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), for descumprido, eles serão retirados à força. “É igual a uma ação de despejo”, comparou o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, Jirair Meguerian, encarregado pelo STF de ser o executor da decisão que determinou a retirada dos não índios da reserva.
Meguerian vai acompanhar a desocupação. Ele já esteve na área por duas vezes, explicando a decisão para os arrozeiros e índios. Meguerian não acredita que haverá violência na retirada. Mas, se houver resistência com violência, homens da Força Nacional e da Polícia Federal agirão. Segundo o presidente do TRF, 23 famílias terão de deixar a reserva indígena. Doze poderão permanecer porque têm ligações de casamento com índios. Foi aberta uma exceção para religiosos que atuam na área.
Ao justificar a medida em portaria assinada na terça-feira, Meguerian disse que há “a necessidade de evitar traumas sociorreligiosos nas comunidades indígenas”. Parte das famílias que terão de deixar a área vai ser acomodada em casas populares e em assentamentos do programa de regularização fundiária. As plantações de arroz estão sendo avaliadas. O produto deverá ser colhido em maio e quem plantou deverá ser indenizado, informou Meguerian. O presidente do TRF disse que muitos produtores já retiraram o gado que mantinham na região.