O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira, 28, que convidou o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para colaborar com o governo na construção de uma ação empresarial pela segurança. Segundo ele, Fraga, sócio da Gávea Investimentos, fará um trabalho “voluntário” de congregar o setor privado na discussão do tema.
O ministro disse que quer ouvir a opinião de entidades, associações, prefeitos, governadores e ministros da América Latina sobre a questão da segurança pública. A primeira entidade a ser chamada será a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Jungmann disse ainda que vai convidar prefeitos de capitais para discutir ações na área. Segundo ele, a Constituição de 1988 não incluiu as capitais no sistema de segurança, mas essa exclusão, na avaliação dele, não se justifica, uma vez que a maioria da população vive nas regiões metropolitanas.
O ministro anunciou há pouco as primeiras medidas do Ministério da Segurança Pública. Ele disse que pretende chamar os ministros da área de países vizinhos do Brasil e de toda a América do Sul para discutir ações conjuntas de combate ao crime organizado.
“A criminalidade transnacional é um flagelo e demanda uma Autoridade Sul-Americana de Segurança”, afirmou. “Se o crime se globaliza, precisamos cooperar, harmonizar legislações e atuar juntos.”
O ministro disse que se reuniu mais cedo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e discutiu o projeto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que visa a criação de um Sistema Unificado de Segurança, para integrar informações de inteligência da PF e da polícia nos Estados.
A previsão é que Moraes entregue o anteprojeto na próxima semana, que prevê o endurecimento da lei contra o crime organizado. “O Sistema Unificado de Segurança deve chegar em breve ao Congresso Nacional”, disse Jungmann. O ministro aproveitou a entrevista coletiva para anunciar que o general Santos Cruz será o secretário-executivo da pasta.