A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Amazonas abriu hoje uma sindicância para apurar a entrada de armas, munição, facas, celulares e netbooks dentro de duas penitenciárias de Manaus.
Os materiais foram encontrados durante revistas de rotina. Há suspeita de que os presos estariam organizando uma rebelião nos presídios. A última revista aconteceu em abril.
Ontem, durante a revista na área externa do regime semiaberto do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, localizado no rodovia BR-174 (Manaus/Boa Vista), policiais militares encontraram duas armas, sendo uma pistola 9 milímetros, 53 cartuchos de munição, um colete balístico de uso exclusivo da Polícia Civil, 26 celulares, 21 rádio-comunicadores, 21 facas e um netbook.
Com capacidade para 138 detentos, o presídio tem hoje uma população de 379 presos.
Hoje, no Instituto Penal Antônio Trindade, também na BR-174, policiais militares encontraram 33 armas caseiras, drogas e telefones celulares –as quantidades não foram informadas.
A penitenciária tem 647 detentos que cumprem prisões provisórias. A capacidade total das instalações é para 486 presos.
“Não podemos descartar nenhuma possibilidade, mas foi um absurdo encontrar tantas armas em um período de dois meses após a última revista”, disse o coordenador do Sistema Prisional, José Bernardo da Encarnação Neto.
Encarnação Neto disse que os muros baixos que cercam a área do regime semiaberto da penitenciária Anísio Jobim, além da quantidade de agentes prisionais, facilitaram a entrada das armas nos presídios. Há seis agentes por turnos. “Ficou mostrada a necessidade urgente de reforçar a segurança, inclusive nos muros e nas guaritas”, disse.
O secretário afirmou que as revistas vão continuar durante esta semana. Em Manaus, existem dez penitenciárias e uma população de 7.047 detentos. A sindicância tem prazo de 30 dias para conclusão.