Terminou por volta das 16h30 desta segunda-feira (29), em Brasília, o sequestro de um funcionário do hotel Saint Peter, que foi mantido refém por cerca de sete horas. A Polícia Civil informou que a arma do sequestrador era de brinquedo. As bombas que estavam em um colete preso na cintura do refém ainda serão analisadas, mas a polícia mantém a análise inicial feita pelos peritos de que é quase 100% de certeza de que os explosivos eram verdadeiros. No entanto, ainda precisa de uma perícia do material.
O sequestrador, identificado como Jac Souza dos Santos, depois de se hospedar no hotel, localizado na área central da capital federal, rendeu o mensageiro do estabelecimento e mandou que os hóspedes deixassem o local, informando que seria um ato de terrorismo. Ao ser libertado, o refém chorou e foi encaminhado para exames em um hospital.
A polícia relatou que, em determinado momento do sequestro, o criminoso entregou um CD com um arquivo de áudio em que pedia desculpas para a sua família, para a polícia e imprensa, e dizia que era “hora de o gigante acordar”, segundo relato do delegado Paulo Henrique Almeida, chefe da Divisão de Comunicação da Polícia Civil do DF.
Carta de despedida
A Polícia Civil informou que policiais enviados a Tocantins para pesquisar a vida do sequestrador encontraram na casa da família dele, em Palmas, uma carta de despedida. No texto, o sequestrador pedia desculpa a sua mãe e a outros parentes, diz que seu ato seria de “desespero” e que após “a tempestade vem a bonança”, relatou o delegado Paulo Henrique Almeida. Entre as reivindicações de Jac Souza, estavam a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti e a efetiva aplicação da Lei da Ficha Limpa.
O delegado disse ainda que a escolha do 13º andar pelo sequestrador não foi aleatória, mas teria conotação política. O número é o mesmo da legenda do PT. Já a escolha do hotel Saint Peter, que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu em 2013, não foi mencionada pelo criminoso. Jac Souza dos Santos foi levado para a 5ª DP da capital federal.