Arafat convida Brasil para ajudar no processo de paz

Cairo (Egito) – O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, convidou ontem o Brasil para participar de uma força-tarefa destinada a conduzir um processo de paz entre israelenses e palestinos. O convite foi feito por meio de uma carta entregue pelo ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Nabil Shaath, em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade do Cairo. O ministro viajou por mais de 8 horas da Palestina até a capital do Egito para o encontro com o presidente brasileiro.

Atualmente Estados Unidos, Rússia, União Européia e a Organização das Nações Unidas (ONU) interferem diretamente nas discussões sobre o plano de paz. Além desse quarteto, existe um pequeno grupo de países, incluindo o Egito, que também colabora para os esforços de paz. Na proposta de Shaath, o Brasil poderia fazer parte desse grupo.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o governo brasileiro aceitou o convite. Ainda de acordo com Amorim, agora devem ser iniciadas negociações para garantir a inclusão do Brasil no grupo, que deve ser aprovada por consenso.

Shaath elogiou a posição do Brasil e disse que o país pode ter um papel importante no processo. Ele usou a Noruega como exemplo para mostrar que mesmo um país pequeno pode ajudar no processo, referindo-se aos acordos de Oslo de 1994. Questionado se Brasília poderia se tornar a nova Oslo, o ministro palestino sorriu e disse que esperava que sim.

Segundo Amorim, Arafat também propôs que o Brasil crie um escritório diplomático na cidade palestina de Hamalah. Também apoiou o encontro que Lula quer promover em 2004, no Brasil, entre chefes de Estado da América Latina e dos países árabes. O chanceler palestino Nabil Shaath disse que apesar de Arafat ser hoje um prisioneiro em seu próprio país, se empenhará para participar desse encontro.

Mubarak

Depois de visitar Síria, Líbano e Emirados Árabes, Lula desembarcou ontem no Egito, uma hora depois da horário previsto. O presidente brasileiro se encontrou reservadamente com o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Em pronunciamento, disse que os dois países têm muitos pontos em comum, tais como concordância em como resolver os conflitos do Oriente Médio, bem como a situação do Iraque, país ocupado pelas forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos. “O Brasil está disposto a ajudar a alcançar a paz no Oriente Médio”, afirmou Lula.

Ele disse que Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo a fim de resolver conflitos e antenado no desenvolvimento social. Na sua chegada ao Egito, Lula afirmou que os dois presidentes têm posições semelhantes sobre a situação no Oriente Médio.

Comitiva visita pirâmides

Cairo (Egito)

– O presidente Luís Inácio Lula da Silva visitou ontem as pirâmides como parte de sua viagem ao Cairo, capital do Egito. O presidente e sua comitiva tiveram as ruas da cidade do Cairo abertas apenas para que Lula pudesse chegar rapidamente ao local onde fica o sítio arqueológico, em um dos subúrbios da capital.

Quando chegou às pirâmides, Lula recebeu uma breve explicação sobre a história de Quéops, a maior das pirâmides do complexo, de um guia que falava português. Inicialmente, a ideia era que o presidente não entrasse na pirâmide, mas Lula insistiu: “Mas nós não vamos entrar?”. Ele, seguido da mulher, Marisa Letícia, e uma boa parte da comitiva acabaram entrando na pirâmide.

Descontração

Quéops foi construída como um túmulo. A entrada aberta da pirâmide leva para um túnel estreito que chega a um compartimento onde ficava o sarcófago do faraó de mesmo nome. O complexo em Gizé, no subúrbio da cidade do Cairo, compreende as pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos, além da Esfinge.

Após deixar a pirâmide o presidente seguiu para um ponto de onde se tem uma vista completa das três pirâmides. Nessa hora o presidente permitiu uma descontraída sessão de fotos com a maior parte da comitiva.

O passeio foi encerrado em frente à Esfinge. O presidente Lula recebeu explicações arqueológicas também em clima descontraído. A certa altura o arqueólogo contou que há cinco anos a esfinge perdeu os ombros. Rapidamente o ministro das relações exteriores, Celso Amorim, que estava ao lado do presidente, brincou: “Ela teve bursite”.

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