O aplicativo Capester, que permite a qualquer cidadão enviar flagrantes de infrações de trânsito aos órgãos fiscalizadores, é uma das apostas tecnológicas da prefeitura de Porto Alegre para tentar disciplinar os motoristas. O app já existe em 11 cidades em Israel, Colômbia e Polônia e, segundo a empresa que o desenvolveu, deve chegar em breve em São Paulo e no Rio.
Funciona assim: qualquer porto-alegrense que tenha o aplicativo instalado pode enviar vídeos ou fotos anonimamente para o sistema. Após identificar que se trata realmente de descumprimento de norma local de trânsito e certificar que o condutor e o automóvel estão registrados na cidade, o app encaminha o flagrante para a fiscalização da prefeitura.
“Primeiro, os vídeos passam por uma ferramenta de inteligência artificial que filtra tudo. Trabalhamos apenas com o material comprovadamente de denúncia”, explica o assessor técnico da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) Augusto Langer, responsável pela implementação do Capester na cidade.
Se confirmada infração, uma notificação é enviada ao motorista – mas sem multa, apenas em caráter educativo.
Funcionou com o corretor de imóveis Paulo Roberto Prange, que estacionou em local indevido. Ele foi flagrado, recebeu carta em casa e garante que não repetirá a conduta. “Se fosse uma multa, eu pagaria e esqueceria. Mas essa forma me tocou.”
Em um mês, a EPTC recebeu em Porto Alegre quase 500 denúncias e enviou 86 cartas de notificação a motoristas infratores flagrados.
O contrato experimental com a prefeitura de Porto Alegre, de 90 dias, é gratuito. Três servidores públicos analisam as infrações – os dados são de acesso exclusivo do poder público -, e a empresa é responsável pela impressão e pelo envio das cartas.
Expansão
Animada com o êxito do aplicativo na cidade, a empresa desenvolvedora, de Israel, planeja expandir os serviços em conjunto com as duas principais administrações municipais do sudeste brasileiro.
“Temos recursos limitados e estamos buscando parcerias em cidades onde possamos ter grande impacto. Já estamos conversando para levar o app para o Rio de Janeiro e para São Paulo”, diz o diretor executivo da Capester, Omar H. Téllez.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.