Os advogados dos apostadores que acertaram as dezenas e não ganharam os R$ 53,3 milhões do concurso 1.155 da Mega Sena vão tentar convencer a Justiça a bloquear o valor do prêmio como garantia para eventual ressarcimento futuro de seus clientes.
Eles estão montando uma ação ordinária na qual pedirão o pagamento do prêmio sorteado no final de semana e acumulado para o concurso de amanhã e, além disso, compensação pelos danos morais que seus clientes sofreram.
A tese central é que a instituição federal responda solidariamente pelo erro de sua concessionária, a Lotérica Esquina da Sorte, que captou apostas de pelo menos 20 moradores de Novo Hamburgo no sistema de “bolão” e que não lançou os números no sistema de controle da Caixa.
Sem o registro, a combinação não foi reconhecida como vencedora e o prêmio acumulou para o concurso de amanhã. “Nosso foco será caracterizar a responsabilidade da Caixa no episódio”, adiantou a advogada Jos Mari Peixoto, do escritório que representa 17 dos apostadores que se sentiram lesados.
A Caixa não comentou o assunto, limitando-se a informar que a venda de “bolões”, pelas agências lotéricas, é proibida e sujeita a sanções que vão da advertência à revogação compulsória da permissão. O caso também está sob investigação da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo.
A casa de apostas alega que houve erro na transcrição dos números para os volantes efetivamente apostados ou da gráfica que imprimiu o comprovante informal entregue aos jogadores.
O delegado Clóvis Nei da Silva quer checar todo o material. Se encontrar volantes efetivamente apostados com alguma similitude ao que era ofertado, crescerá a tese do erro. Se os comprovantes não aparecerem, cresce a hipótese do estelionato.
Os advogados da lotérica, que teve suas atividades suspensas, prometem comprovar que houve um “lastimável erro” sem qualquer intenção criminosa, cometido por algum funcionário ou pela gráfica.