São Paulo – Os barracos que estão em áreas de risco e podem desmoronar em São Bernardo do Campo, no ABC, serão demolidos pela Prefeitura, segundo o secretário municipal de Habitação, Osmar Mendonça. Depois da chuva que castigou a cidade na madrugada de quarta-feira e causou a morte de dez pessoas, 1.200 metros quadrados da favela do Jardim Silvina foram interditados. A Guarda Civil está de alerta na região devido ao risco de novos deslizamentos no morro.
A Prefeitura ordenou a saída de 70 moradores da favela, mas não vai alojá-los. As famílias já atingidas pelo temporal também não receberão abrigo. Segundo o secretário municipal de Infra-Estrutura, Gilberto Frigo, não fornecer alojamentos é uma política da Prefeitura de São Bernardo.
"Achamos que, deste jeito, vamos fixar pessoas em locais sem estrutura para moradia", disse Frigo, que afirmou, porém, que a Prefeitura não descarta a possibilidade de abrir albergues, caso seja necessário.
Ao todo, a Defesa Civil interditou 15 casas no Jardim Silvina. Alguns moradores resistem à idéia de sair do local porque não têm para onde ir. Outros resolveram se mudar na madrugada de ontem. Quem ficou, permaneceu de olho no tempo, com medo de mais chuva. Os assistentes sociais da Prefeitura têm ajudado os sobreviventes, mas o clima ainda é de desolação. Na tarde de ontem, o sol apareceu e os termômetros marcaram 25 graus na região metropolitana.
O secretário da Habitação, Osmar Mendonça, fez um apelo, pedindo à população que ajude os desabrigados a se instalarem em casas de parentes, amigos e centros comunitários ou religiosos. Segundo informações da Secretaria Municipal da Habitação, São Bernardo tem 17 áreas de risco, onde moram atualmente cerca de seis mil pessoas. A maioria dos corpos das pessoas que morreram no deslizamento de terra ainda está no Instituto Médico Legal (IML) da cidade. Foram liberados apenas os corpos de Maria Cláudia Estrela de Oliveira e de seus três filhos. A família quer realizar o enterro em Souzas. A Prefeitura vai assumir as despesas do enterro das vítimas.
Defesa Civil alerta RS e SC
Brasília – A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, alertou ontem para a probabilidade de ocorrerem fortes chuvas em sete estados neste final de semana. Entre hoje e amanhã, as chuvas deverão castigar Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Piauí. Amanhã e no domingo, os temporais deverão atingir o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com ventos de até 70 quilômetros por hora e possibilidade de queda de granizo em áreas isoladas.
As chuvas devem ser registradas especialmente no oeste gaúcho e do oeste ao sul catarinense, na região da divisa entre os dois estados.
A Sedec encaminhou aviso às defesas civis desses estados alertando que as chuvas poderão causar alagamentos, deslizamento de terra e escorregamento de pedras. A recomendação é para que a população evite permanecer em áreas de risco, como baixadas, morros e encostas. No Espírito Santo e em Minas as chuvas virão acompanhadas de raios e ventos de até 50 km por hora.