Após Efavirenz, Brasil fabricará mais um remédio antiaids

Embalado pelo sucesso na produção da versão genérica do anti-retroviral Efavirenz, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já iniciou os estudos para o preparo de outro remédio usado no programa antiaids: o Tenofovir. O diretor do instituto, Eduardo Costa, afirmou na quarta-feira (17) que está em fase de busca e negociação de fornecedores da matéria-prima para a produção do remédio, considerado estratégico pelo Programa Nacional de DST-Aids.

Além do Tenofovir, o governo avalia a possibilidade do desenvolvimento de uma nova versão de um terceiro medicamento também usado no programa, o Ritonavir. Nenhum desses dois candidatos à produção está protegido por patentes.

A produção do Efavirenz quebra um período de oito anos em que Farmanguinhos não incorporava drogas novas ao programa antiaids. “Não vamos nos contentar com Efavirenz. Outras drogas virão por aí”, afirmou Costa. A versão genérica do Efavirenz também deverá ser produzida no Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe). O Lafepe ainda não obteve o resultado dos exames de bioequivalência, mas a coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariangela Simão, garante que em breve a permissão para produção será dada. “Quando isso for feito, a expectativa é de que cada laboratório fique encarregado de 50% da produção.”

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse ontem esperar que, com a produção nacional do Efavirenz, a indústria farmacêutica internacional passe a considerar o Brasil não apenas como um consumidor: “Mostramos nossa capacidade. Esperamos que empresas passem também a produzir no Brasil.” Ele afirmou que não há, no momento, o estudo do pedido de licença compulsória de nenhum outro remédio. “A licença compulsória não é uma política. É um recurso que merece ser usado, mas apenas quando há necessidade para isso.

O Tenofovir está há tempos na mira de Farmanguinhos. A patente do remédio, produzido pela Gilead, foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial em 1998, mas somente em abril o processo foi apressado. Em setembro, o INPI recusou a patente do remédio, hoje usado por 31,3 mil pessoas, ao custo de US$ 43 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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