Exames clínicos, de tomografia e um eletrocardiograma feitos pelo ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza no Hospital de Pronto Socorro (HPS) João XXIII, em Belo Horizonte, ficaram dentro da normalidade e foi detectado apenas um quadro de sinusite moderada, segundo informou a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Bruno voltou a passar mal hoje e desmaiou durante audiência do caso do desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio, no Fórum de Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital mineira.
Bruno e outros oito réus se preparavam para acompanhar o depoimento de 21 testemunhas, quando o ex-goleiro sentiu-se mal, desmaiou e vomitou na sala de audiência. Ele foi socorrido inicialmente pelo advogado Ércio Quaresma e pelo amigo e também réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Bruno deixou o Fórum em uma maca e em seguida foi encaminhado pelo Corpo de Bombeiros para uma policlínica localizada nas proximidades. Depois de liberado, o goleiro sofreu novo desmaio e foi encaminhado para o João XXIII, onde passou por exames.
Depressão
Desde quando foi preso, em julho, o atleta recorrentemente tem passado mal e sofrido desmaios. A Superintendência de Administração Prisional (Suapi), da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), atribuiu os episódios a um quadro de depressão. O ex-goleiro vem sendo acompanhado por psicólogos.
Somente na semana passada, médicos do sistema penitenciário mineiro precisaram averiguar, em três oportunidades, informações de que ele havia se suicidado na cela da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde cumpre prisão preventiva.
Após o desmaio, a juíza Lucimeire Rocha, da 3ª Vara Criminal, autorizou o retorno de Bruno para a prisão. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), os réus acompanhavam os depoimentos hoje por orientação dos advogados. Das 21 testemunhas, duas foram arroladas pela acusação, três pela acusação e pela defesa e 16 somente pela defesa.
Quaresma chegou a pedir que a audiência fosse interrompida, mas as oitivas foram mantidas. Entretanto, a juíza determinou que prestariam depoimento somente cinco testemunhas e um novo interrogatório será marcado.
Acusações
Bruno, Dayanne, Macarrão, Fernanda Gomes de Castro – também amante de Bruno -, Elenílson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales, Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondem por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, formação de quadrilha, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Já o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, responde por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
Eliza está desaparecida desde o início de junho. Embora o corpo da jovem não tenha sido encontrado, o inquérito policial concluiu que ela foi assassinada por causa da cobrança do reconhecimento da paternidade de um bebê, que seria fruto do relacionamento com Bruno.