A reitoria da USP nomeou como presidente da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp) o atual superintendente de Relações Institucionais da instituição, professor José Roberto Drugowich de Felício – que já era membro do Conselho Curador da fundação. A própria Fusp criou nesta quarta-feira, 19, uma sindicância para apurar as denúncias reveladas pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a fundação realiza contratações com empresas de professores da universidade.

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As duas comissões têm um prazo de 30 dias para acabar. Drugowich substituiu José Roberto Cardoso, professor que se afastou da direção da Fusp após questionamentos da reportagem. Como diretor da Fusp, Cardoso contratou uma empresa em nome da mulher e da filha em um dos projetos da fundação.

Ontem, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito para apurar possíveis irregularidades nos contratos. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) ainda notificou a fundação para que detalhe informações sobre contratos, convênios e funcionários.

A notificação do TCE foi assinada ontem pelo conselheiro Dimas Eduardo Ramalho. O tribunal exige da Fusp a relação de todos os contratos e convênios, detalhados, “considerando as implicações (?) potencialmente ofensivas a princípios constitucionais”. O ofício do TCE foi incluído na análise do balanço do exercício de 2012 da fundação. O exercício de 2010 da Fusp já foi aprovado, embora a reportagem tenha localizado contratos com empresas de professores naquele ano.

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Na notificação, o TCE cita como responsáveis o professor Cardoso e o ex-diretor da Fusp, Antonio Massola. Ainda solicita ao reitor, Marco Antonio Zago, documentação das providências adotadas sobre os fatos e sobre a Comissão Sindicante – cuja criação foi anunciada anteontem. Zago é o presidente do Conselho Curador da Fusp.

Pelo menos 12 empresas ligadas a professores e pesquisadores da USP tiveram contratos que somam cerca de R$ 2,3 milhões. Essas contratações estão ligadas a 20 projetos, a maioria realizada em parceria com a Petrobras, como revelou a reportagem. Uma firma no nome de duas secretárias também aparece na lista.

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Com relação ao ex-diretor da Fusp, José Roberto Cardoso, um contrato de R$ 546 mil foi fechado com uma empresa no nome da filha e mulher dentro do projeto, de R$ 12 milhões, de um sistema de corredores de ônibus da Prefeitura de São José dos Campos.

A USP informou ontem que prestará todas as informações necessárias ao TCE e ao MP-SP. Cardoso informou que não falaria mais sobre o caso e Massola declarou ontem que “o assunto está com a Fusp e a USP”.