O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os contratos da Prefeitura com a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Sabesp), Laércio Benko (PHS), afirmou na tarde desta sexta-feira, 24, que quer que a presidente da empresa, Dilma Pena, preste novo depoimento à CPI

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A decisão ocorre diante do vazamento do áudio de uma reunião entre a diretoria e o conselho de administração da empresa em agosto passado. Na gravação, ela admite que seus “superiores” barraram ações na mídia para estimular a população de São Paulo a economizar água.

“Se ela é a gestora da Sabesp, só deve pensar em duas palavras: ‘interesse’ e ‘público’. A partir do momento em que ela vê superiores barrarem ações que ela acha corretas, ela só tem três opções: não executar as determinações superiores e fazer o que avalia ser correto, denunciar seus superiores ou pedir demissão. A partir do momento em que ela obedece tais ordens, também é responsável”, disse o vereador, que foi candidato a governador na eleição vencida por Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno.

Benko apresentará convocação da presidente da Sabesp na próxima reunião do conselho, na quarta-feira. “Como presidente, defino a pauta. Será o primeiro item”, disse. A data do novo depoimento ainda não foi marcada – terá de ser aprovada pelos demais integrantes da comissão.

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Justiça Eleitoral

Durante depoimento à CPI ocorrido no último dia 15, Dilma Pena chegou a culpar a Justiça Eleitoral pela falta de ações de mídia conscientizando a população sobre os problemas de falta de água.

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“Não podíamos fazer as peças publicitárias que achávamos que devíamos fazer por causa da restrição do período eleitoral. Tivemos de apresentar as peças no Tribunal Regional Eleitoral e foram riscadas algumas palavras que não poderiam ser veiculadas, por exemplo a palavra ‘seca’. Nós não podíamos colocar, na peça publicitária, a palavra ‘seca’. Então, veiculamos, e estamos veiculando até hoje, propaganda falando exclusivamente da economia de água”, disse Dilma pena na ocasião.

O Tribunal Regional Eleitoral divulgou nota no mesmo dia em que não só desmentiu a presidente da Sabesp, dizendo que não havia restrição à palavra “seca”, como também afirmou que as peças publicitárias barradas enalteciam a empresa. A Sabesp informou que não iria comentar as declarações de Benko.