A quase uma semana do fim do ano, pais e alunos do Colégio Passionista Santa Luzia, em Pinheiros, receberam a notícia de que o estabelecimento faliu e não vai abrir as portas em 2010. A escola particular, que neste ano completou 90 anos, aceitou matrículas e rematrículas até sábado passado. E anteontem à noite enviou um e-mail aos pais com o aviso de que as atividades seriam encerradas. No mesmo dia, funcionários foram informados da demissão.
A designer Paula de Freitas, de 43 anos, estava no trabalho quando chegou a mensagem convocando os pais para uma reunião urgente ontem pela manhã. O filho único de 12 anos estuda desde os 4 no colégio. Como nasceu prematuro, até hoje precisa de atenções médicas e tratamento diferenciado na escola, que a mãe escolheu a dedo. “Agora ele terá de se adaptar da noite para o dia a numa nova rotina”, diz. Ontem mesmo Paula contatou outras duas escolas, mais caras. Na correria, fica difícil barganhar descontos.
Os pais enfrentam outro inconveniente: muitos estabelecimentos particulares aplicam testes para selecionar os alunos de 2010 e as provas já foram realizadas.
Ontem pela manhã as freiras da Congregação Passionista, que administram o colégio, disseram aos pais que a decisão foi tomada porque o estabelecimento estava passando por dificuldades financeiras há um ano. “Se a situação era essa, deveriam ter nos comunicado pelo menos no meio do ano”, disse o advogado Josué Assunção, pai de três alunos do Passionista, cujas reservas de vaga para o ano que vem foram feitas em outubro. Ele pretende processar a escola por danos morais e materiais.
Ontem houve a formatura dos alunos do ensino médio. A diretoria da escola não quis dar entrevistas.