Com quatro anos de atraso, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) promete instalar, até o fim deste ano, sistema de monitoramento por câmeras em todas as escolas estaduais da Grande São Paulo. Atualmente, 1.577 unidades de ensino e 20 sedes de diretorias da Região Metropolitana já têm vigilância. O sistema será expandido para mais 597 escolas e 8 regionais. A rede de monitoramento eletrônico vai custar R$ 31 milhões por ano.
A ação integra o Sistema de Proteção Escolar, lançado em 2009, quando já havia sido prometida a instalação dos equipamentos em todas as escolas da Grande São Paulo.
Outras 336 escolas da Baixada Santista e da região de Campinas também devem ter monitoramento. O Estado tem cerca de 5,3 mil escolas ligadas à Secretaria de Educação. O governo promete que todas as unidades do interior serão equipadas até o fim do próximo ano.
As câmeras são instaladas em áreas comuns, com prioridade para salas de informática e secretaria, onde há computadores. Não há aparelhos nas salas. Segundo o governo, além de preservar o patrimônio, o objetivo do programa é inibir atos de violência e vandalismo. “Não queremos um Big Brother, nem o da TV nem o do autoritarismo de George Orwell”, disse o governador, citando o livro 1984, que inspirou o nome do reality show.
Cada escola receberá cinco câmeras e sistema de alarme, acionado às noites e nos fins de semana. As imagens podem ser observadas nas escolas e nas centrais de monitoramento, que funcionam 24 horas nas diretorias regionais. Cada central tem a capacidade de atender 600 prédios. Se houver invasão da escola, a central é avisada e o operador chama a polícia. O governo não divulgou quantos assaltos foram registrados em escolas em 2012. Segundo Alckmin, a incidência caiu onde há monitoramento e só uma tentativa de invasão foi registrada neste ano.
Aprovação
A iniciativa é bem avaliada por pais e gestores. Para o motorista Ailton Queiróz, de 36 anos, as câmeras trazem tranquilidade. “A insegurança está em todo lugar, até mesmo na escola”, disse ele, que é pai de Fernando, de 6 anos, aluno da Escola Estadual Victor Oliva, zona oeste. A unidade tem o sistema desde 2011. “Fico bem mais tranquila à noite”, diz a diretora, Elza de Azevedo.
Augusto Marcacini, da Comissão da Sociedade Digital da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), levanta dúvidas sobre o armazenamento de imagens. “O risco de vazamento é um problema. As imagens vão ser armazenadas e fica difícil definir o que pode acontecer de errado.” O governo garante que o sistema segue procedimentos de segurança. A escola pode visualizar as imagens, mas não consegue copiá-las. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.