Passados dois anos da enchente que matou 135 pessoas em Santa Catarina, a região do Vale do Rio Itajaí tem sistema de alerta de cheias, mas o programa é uma das poucas ações adotadas por municípios e Estado após 2008. Enquanto isso, moradores de áreas afetadas ainda esperam ajuda para reconstruir suas casas.
Financiado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e coordenado pela Fundação Universidade de Blumenau, o sistema foi concluído em 2010 com a instalação de 16 estações telemétricas. A rede pode ser vista no site www.comiteitajai.org.br.
No entanto, até metade do ano passado, segundo a Defesa Civil, ao menos 2 mil famílias continuavam desabrigadas e 3 mil, desalojadas no Estado. A compra de terrenos é uma das pendências. São esperados cerca de R$ 2 milhões, mas a liberação da verba depende do envio de documentação dos municípios ao governo federal. Das 6,5 mil casas prometidas, cerca de 4 mil foram construídas.
Segundo Almir César Paul, secretário de Meio Ambiente de Ilhota, cidade com o maior número de mortes na tragédia (47), muitos continuam em casas de parentes ou pagam aluguel. O último lote de 70 casas será entregue em breve e foi bancado pela Arábia Saudita, que deu US$ 5 milhões para construção de casas.
Muitas famílias continuam a depender do aluguel social. São cerca de R$ 500 mensais bancados pelo governo. Segundo o diretor estadual do Departamento de Defesa Civil, Márcio Luiz Alves, a maior dificuldade é encontrar terrenos fora de áreas de risco. “O governo, de diversas formas, facilita a liberação dos recursos, mas faltam políticas públicas. Em alguns casos, notamos o estímulo ao retorno de ocupação em encostas pela falta de orientação técnica.”