A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) lança hoje o edital para a contratação do projeto de ampliação do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. Serão construídos uma nova pista e um segundo terminal de passageiros, que vão elevar a capacidade do aeroporto para 9 milhões de passageiros por ano – hoje são 5 milhões. A estatal promete entregar pelo menos 25% da obra em novembro de 2013, sete meses antes da Copa 2014.
O anúncio foi feito horas depois de o Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (Consema) conceder a licença ambiental prévia para o início da obra. A autorização foi aprovada por unanimidade, logo na primeira reunião do conselho no mandato do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Na gestão anterior, de José Serra (PSDB), ela ficou parada por dois anos na Secretaria de Estado do Meio Ambiente – a pasta chegou a colocar 18 ressalvas para a liberação do empreendimento.
Considerada estratégica para absorver a demanda do setor aéreo, a expansão de Viracopos também é fundamental para São Paulo realizar seu plano de sediar a abertura da Copa. O projeto inclui também a construção de um pátio de aeronaves, edifício-garagem de quatro andares e hotel com centro de convenções. O valor total da obra é estimado em R$ 823 milhões.
A ampliação já vinha sendo discutida desde 1997, mas indefinições sobre os impactos ambientais e as disputas políticas entre a prefeitura de Campinas, o Estado e a União dificultavam uma decisão definitiva. O projeto anterior, abandonado em 2007, previa a desapropriação de 16 mil famílias e recebeu críticas dos moradores. Em seu lugar foi feita a proposta atual, que deve retirar 593 famílias de uma comunidade rural de origem suíça, além de 8,71 hectares de vegetação nativa de numa Área de Proteção Permanente.
Viracopos é hoje o 12.º maior aeroporto do País em número de passageiros e opera voos regulares para cidades como Frankfurt, Paris e Lisboa. Mesmo a uma hora do centro de São Paulo, ele virou a principal base de operação da Azul Linhas Aéreas e tem servido de alternativa a companhias aéreas quando os aeroportos de Congonhas, na capital, e Cumbica, em Guarulhos, fecham por condições climáticas adversas.