Rio (AE) – O ex-dirigente petista Apolônio de Carvalho, que morreu sexta-feira, aos 93 anos, confiou até o fim que governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem era amigo, superaria a crise política. A afirmação foi feita por um dos filhos de Apolônio, René-Louis, no velório do pai, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Ele contou que Lula telefonou horas antes da morte do petista, militante da legenda até 1987, mas René-Louis não tem certeza se o presidente conseguiu conversar com seu pai, conhecido pelo otimismo com que encarava a política e a vida.
Antes do PT, Apolônio militou no Partido Comunista (PCB), lutou na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa e integrou o PCBR, organização de guerrilha urbana que se opôs ao regime militar brasileiro. ?Óbvio que, na minha visão pessoal, o despreparo do PT o chocou, mas ele confiava que o partido superaria os problemas?, afirmou René-Louis. ?Ele não deixou nada escrito para a posteridade porque não tinha intenção de morrer?, completou. O corpo de Apolônio será cremado e a cerimônia está prevista para as 11h, hoje. Há a expectativa de que o presidente Lula compareça à despedida.