Brasília – À véspera do depoimento de Delúbio Soares à CPI dos Correios, o presidente do PT, Tarso Genro, afirmou, em entrevista coletiva após reunião da executiva do partido ontem em São Paulo, que a "gestão anterior (das finanças do PT) foi temerária". Apesar disso, a executiva do PT não aprovou punição a Delúbio, tesoureiro afastado do partido. Tarso declarou que o partido só reconhece as dívidas de que a executiva do partido tinha conhecimento. Tarso afirmou que Delúbio Soares, tesoureiro afastado do partido, "agiu informalmente" em alguns casos. "Isso demonstra a falta de controle da executiva sobre as ações do tesoureiro", disse.

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"Segundo informações do Delúbio, parece que há despesas não registradas, mas nós só podemos nos manifestar quando elas aparecerem", disse Tarso. A dívida que o PT reconhece hoje é de R$ 38,9 milhões. "Esse valor é muito maior que imaginávamos", declarou, admitindo que o montante ainda pode crescer. "A radiografia financeira continua sendo feita", disse. "Se o PT fosse uma empresa, estaria em situação de insolvência", afirmou.

Integrantes da esquerda do partido apresentaram à executiva uma proposta de suspensão por 60 dias do ex-tesoureiro, um dos responsáveis pelo empréstimo feito com o aval do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como um dos operadores do "mensalão". Dos 18 votos de integrantes da executiva presentes, 7 foram a favor da suspensão e 11 contra.

Tarso Genro disse que votou pela suspensão de Delúbio. Segundo ele, a Comissão de Ética do partido é quem vai decidir agora se ele será punido ou não (essa comissão tem 60 dias para concluir suas investigações). O secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, disse que a tendência é de "exclusão de Delúbio do quadro partidário", o que, em outras palavras, seria a expulsão dele do partido.

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