Apesar da resistência dos moradores, a Polícia Militar (PM) realizou na manhã desta terça-feira (26), a reintegração de posse de um terreno de 130 mil metros quadrados na Avenida Bento Guelfi, no Jardim Iguatemi, zona leste de São Paulo. Para cumprir a ordem judicial, soldados da Tropa de Choque usaram bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar os manifestantes e finalizaram a ocupação da área por volta das 11h30. A PM também usou um helicóptero de apoio.
A PM estima que entre 1.200 e 1.700 pessoas habitavam o local irregularmente em cerca de 600 casas de alvenaria. “O terreno foi desocupado pela Tropa de Choque, já temos caminhões aqui para retirar os pertences dos moradores e a demolição das casas será iniciada ainda nesta tarde”, garantiu o major Luiz Roberto Miranda Júnior, responsável pela operação iniciada às 6 horas da manhã desta terça-feira, segundo informações da Agência Brasil.
O proprietário do terreno, Eraclites Batalha, declarou que não aceitava o prazo de um mês e meio proposto pelos moradores para desocupar a área. Ele alega que disponibilizou 60 caminhões de mudança para retirar os pertences das famílias e um armazém de 1.200 metros quadrados para guardar os utensílios. Entretanto, as famílias alegam que não receberam nenhum auxílio. A Associação dos Moradores informou que a prefeitura de São Paulo iria declarar a área de utilidade pública, porém o proprietário do terreno declarou que não recebeu nenhuma oferta.
Durante a intervenção da PM, moradores tentaram resistir formando cordões de isolamento e jogando objetos como pedras contra os policiais. Com a entrada da Tropa de Choque, por volta das 9h45, houve correria dos manifestantes, que tentavam se proteger das bombas de efeito moral e spray de pimenta. “Alguma resistência a gente esperava, a Tropa de Choque teve que atuar só com munição química, mas até o momento não temos notícia de feridos”, disse o major.
Além da Tropa de Choque, a operação contou ainda com homens da Força Tática, do policiamento de trânsito, dos bombeiros e da Guarda Civil Metropolitana (GCM). O major Luiz Roberto Miranda Júnior, no entanto, não confirma o número total de homens que atuaram na reintegração de posse nesta manhã, por “questões estratégicas”.