Embora o sindicato que representa os funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) tenha anunciado o início de uma greve a partir de hoje, todas as linhas de trem operam normalmente na região metropolitana de São Paulo. Segundo nota divulgada pela companhia, “os maquinistas, supervisores de tração e agentes de estação compareceram a seus postos, permitindo que a CPTM opere com normalidade a frota prevista para os horários de pico do sábado”.
No caso da Linha 9 – Esmeralda (Osasco/Grajaú), a operação também segue normalmente e a CPTM, desde as 6 horas, aumentou a frota de trens, devido ao aumento da demanda gerada pelo GP Brasil de Fórmula 1. A maior parte do público utiliza a Linha 9, já que há uma estação a 600 metros de um dos portões do autódromo.
Ontem, a CPTM já havia garantido a manutenção da operação especial da Fórmula 1, mesmo com uma greve total. Segundo a companhia, funcionários em cargos de supervisão estariam aptos a operar os trens. A São Paulo Transportes (SPTrans) informou que também criaria outras três linhas de ônibus em caso de greve na CPTM, além das cinco já oferecidas na operação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, Eluís Alves, admitiu que as seis linhas da CPTM estão operando normalmente nesta manhã, conforme anunciou a empresa. O máximo que o sindicato conseguiu foi atrasar a saída de alguns trens das linhas Luz-Francisco Morato e Luz-Rio Grande da Serra. A operação comercial nas linhas, que se inicia normalmente às 4 horas, só passou a funcionar com todos os trens perto das 5 horas. O sindicato acusa a CPTM de pressionar os trabalhadores.
Ontem, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) concedeu liminar determinando que 60% da frota da CPTM circule hoje, dia do treino oficial do GP. Amanhã, data da competição, 70% dos trens devem estar em atividade. A partir de segunda-feira, os funcionários devem manter 80% do serviço em funcionamento durante os picos da manhã e da tarde e 60% nos demais horários. Caso haja descumprimento, os responsáveis terão de arcar com multa diária de R$ 100 mil.
Os ferroviários reivindicam 4,44% de reajuste relativo às perdas salariais, mais 5% de aumento real. A CPTM, em última proposta, determinou reajuste de 4,65% e uma remuneração variável a vigorar de setembro deste ano a dezembro de 2010, podendo chegar a 2,3 salários para cada empregado, a partir do cumprimento de metas de trabalho. A negociação do dissídio dos ferroviários teve início em 18 de agosto.