Em todo o Brasil, apenas 5,7% das escolas públicas do ensino fundamental alcançaram 6,0 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nota vista como sinônimo de qualidade. Seis é a média registrada em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi adotada pelo MEC como objetivo para ser alcançado no País até 2021.
No segundo ciclo do ensino fundamental (da 5.ª a 8.ª série), só 109 escolas (0,3%) atingiram índice 6,0. Delas, 28 estão no Estado de São Paulo e só uma na capital: a Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo. Das 34.643 instituições analisadas nessa etapa, 6 tiraram nota maior do que 7,0. Deste grupo, três são colégios militares: de Santa Maria (RS), de Salvador (BA) e de Campo Grande (MS).
Para secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, os resultados não surpreendem. “O aumento das escolas com bom desempenho será gradativo. Sabíamos que, nesta terceira edição, o grupo de excelência ainda seria reduzido”, admitiu. Ela também considera esperado o destaque dos colégios militares, cujos alunos são submetidos a uma seleção prévia. “Alunos dessas instituições têm perfil diferenciado porque passam por um processo seletivo.”
Nos anos iniciais do ensino fundamental, de 1.ª a 4.ª séries, mais escolas obtiveram nota maior ou igual a 6,0 – foram 3.235 escolas, ou 6,7% do total. Neste caso, nenhuma está localizada na cidade de São Paulo. As dez melhores do País nessa etapa ficam fora das capitais. Técnicos do MEC avaliam que há uma probabilidade de as escolas terem bom desempenho se estiverem em comunidades com nível de renda e escolaridade mais elevado, mas essa não é uma condição indissociável para a qualidade da educação.
De 1.ª a 4.ª séries, 19 escolas tiveram nota acima de 8,0; 10 delas são do Estado de São Paulo. A mais bem colocada também é paulista: Escola Municipal Aparecida Elias Draibe, em Cajuru.