O comandante da Marinha, almirante Júlio de Moura Neto, informou que um equipamento norte-americano especial, que tem capacidade para captar sinais como os emitidos pela caixa preta do Airbus da Air France, está chegando à área de buscas onde o avião caiu, no último dia 31, com 228 pessoas a bordo. O equipamento será instalado em rebocadores que estão sendo contratados para ficarem circulando em busca de dados.
“Equipamentos americanos muito importantes estão chegando para operar na área, instalados em rebocadores. Eles buscam captar os sinais de um equipamento que fica grudado na caixa-preta. Se localizarmos, aí nós iremos para uma segunda fase, que é resgatar a caixa-preta e o submarino francês veio para isso, para também ajudar na localização da caixa, que é de fundamental importância para podermos descobrir o que causou este acidente tão grave, em uma aeronave tão potente”, disse ele, depois de esclarecer que as buscas serão reforçadas ainda por um navio de pesquisa francês.
Segundo o almirante, o submarino francês também está chegando à região para ajudar na busca. De acordo com ele, o reforço do submarino francês é importante porque os submarinos brasileiros não têm capacidade de fazer varredura em áreas de águas muito profundas – de mil a quatro mil metros no local. “Os nossos submarinos trabalham em profundidades menores. Por isso, é útil que venha esse submarino de propulsão nuclear francês”, afirmou o comandante, após a cerimônia de comemoração do aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, em Brasília.
No entanto, o almirante não quis fazer previsão sobre a estimativa de tempo para que outros corpos apareçam. “Só o tempo dirá. O que nós podemos assegurar é que a Marinha envidará todos os esforços e permanecerá na área enquanto houver esperança de que se consiga resgatar algum corpo. A Marinha e a Força Aérea estão decididas a permanecer na área para podermos localizar o maior número possível de corpos.”
Ainda de acordo com o almirante, o mini submarino que virá junto com o navio de pesquisa francês terá capacidade de resgatar a caixa-preta, se ela for localizada pelo equipamento norte-americano. Esse submarino trabalha em grandes profundidades.
Área de busca
O almirante explicou ainda que “à medida que o tempo passa, as áreas de busca ficam mais extensas, por causa do efeito das correntes”. No entanto, ele afirmou que os navios estão bem espalhados e com o reforço da embarcação francesa e de um outro navio brasileiro, que estava fora do País e está voltando para se engajar no trabalho de busca de novos corpos.
Questionado até quando a Marinha prevê que poderão ser resgatados corpos, o comandante reafirmou que é difícil dar uma resposta correta. “Nós só sairemos de lá depois que o tempo for mostrando que nada mais surgirá. Enquanto houver esperança, nós continuaremos lá”, disse Moura Neto.
Alencar
Já o vice-presidente José Alencar, também presente à cerimônia, disse que “tem acompanhado admirado” os trabalhos desenvolvidos pela Aeronáutica e pela Marinha, ressalvando que eles são realizados “em condições difíceis, inclusive impondo riscos” aos militares. Porém, Alencar disse que “tudo que é possível está sendo feito” e que “o resgate dos corpos continuará a ser feito, na medida do possível”.