O promotor de Justiça Cassio Conserino recebeu uma planilha feita por um funcionário do gabinete do vereador Marco Antônio Ricciardelli, o Marquito (PTB), que mostra os valores dos salários pagos e o quanto deveria ser repassado para o parlamentar.
Marquito e seu assessor Edson Roberto Pressi são investigados por suspeita de reter parte dos salários de servidores, conforme revelado pela Rádio Estadão e pelo jornal O Estado de S. Paulo.
No documento constam os nomes de oito funcionários. Metade devolvia parte dos rendimentos. Uma assessora parlamentar de Marquito, com salário bruto de R$ 14 mil, devolvia R$ 11.500.
Para Conserino, “a planilha e os extratos bancários das testemunhas são provas da materialidade delituosa”. O promotor ouviu três ex-funcionários do gabinete. Além dos extratos, todos apresentaram holerites que mostram saques de quantias elevadas em dinheiro no dia do pagamento. Os valores, que eram mais de 50% dos vencimentos, eram repassados para Pressi, que se apresenta como assessor e advogado, mas não é nomeado no gabinete nem tem registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Uma das testemunhas afirmou que, além do salário, foi obrigada a devolver a restituição do Imposto de Renda para Marquito. Cerca de R$ 5 mil.
O promotor vai intimar funcionários e o próprio vereador para prestar esclarecimentos.
Procurado pela reportagem desde o dia 24, Marquito não quis dar entrevista. Pressi afirmou, em conversa informal no gabinete, que as acusações não são verdadeiras.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.