Ao depor, Abadia diz que não teve contato com policiais

Em um depoimento de quase cinco horas ao juiz Fausto Martins de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, o traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía confessou novamente os crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Abadía, no entanto, negou que tenha sido vítima de extorsão por parte de policiais. ?Ele confessou que efetivamente trouxe dinheiro para sobreviver no Brasil e os outros crimes que já havia falado à polícia?, disse Luiz Battaglin Maciel, um dos advogados do colombiano. ?Mas ele nunca teve contato com agentes do Estado. Outras pessoas que supostamente trabalhavam para ele tiveram contato. Não ele.

De acordo com outro advogado de Abadía, Sérgio Alambert, a defesa já entrou com processo para pedir o benefício de delação premiada. ?Abadía apresentou novas informações à Polícia Federal sobre a localização de alguns valores que não haviam sido divulgados.? Os advogados ainda esperam que o processo de extradição seja resolvido até o fim do ano. ?Segundo a lei brasileira, ele pode cumprir a pena nos Estados Unidos?, afirmou Alambert.

Ainda na noite de quarta-feira, Abadía foi ouvido informalmente por promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Corregedoria da Polícia para falar sobre supostos crimes de corrupção policial. ?Ele se reservou ao direito de ficar calado e não respondeu a uma única questão?, disse o promotor Arthur Pinto de Lemos Júnior. Abadía iria retornar ainda no final da noite para Campo Grande (MS), onde está preso.

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