A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou ontem para o fato de que bebês com menos de 1 ano e grávidas que receberam o remédio contra a gripe suína (fosfato de oseltamivir ou Tamiflu) devem ser acompanhados cuidadosamente por seus médicos nas primeiras 48 horas após a primeira dose e também depois para a avaliação de possíveis efeitos adversos. No caso das crianças, a avaliação deve se repetir em 30 dias após o primeiro uso do tratamento. Para as gestantes, em até 30 dias após o parto, também para a verificação de eventuais prejuízos aos recém-nascidos.
“Os profissionais devem prorrogar sua preocupação após receitar o remédio”, afirmou Dirceu Barbano, um dos diretores da agência. Segundo enfatizou, o alerta é necessário porque não há larga experiência de uso da droga nessas populações e não se conhece seus efeitos. Além disso, por questões éticas, não são realizados estudos com bebês e gestantes. A droga vinha sendo utilizado principalmente contra a gripe sazonal, que afeta mais idosos.
A agência recomenda que todos os profissionais de saúde informem o órgão sobre eventos adversos. Já estuda, porém, inclusive entrevistas diretas com pacientes que receberam o medicamento para buscar eventuais problemas. No Brasil, pelo menos 107 gestantes tiveram a doença e se recuperaram, mas não há ainda dados sobre quantas receberam a droga.
Em julho a agência já havia feito outro alerta, para o risco de utilização de medicamentos contendo ácido acetilsalicílico, como a Aspirina, em crianças com sintomas associados às infecções virais como as gripes. O cuidado se deve ao risco que crianças e adolescentes têm de desenvolver a Síndrome de Reye, que gera vômito, letargia, agressividade e convulsões.