A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em abril o uso do botox para o tratamento de enxaqueca crônica em adultos, doença que atinge cerca de 2% da população mundial. Com a decisão, sobe para nove as doenças que podem ser tratadas com o produto no País. Além do uso estético, há liberação para tratamento de problemas como estrabismo, contrações involuntárias da musculatura, suor excessivo nos pés e nas mãos e rigidez excessiva nos músculos causada por derrames cerebrais.

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A indicação para enxaqueca crônica é bastante específica. São considerados com a doença pacientes que apresentam mais de 15 dias de dor de cabeça por mês, cada crise com duração média de quatro horas diária. “Atualmente, o tratamento é feito com medicamentos preventivos e com analgésicos”, conta o neurologista Alexandre Kaup.

O botox, aplicado com uma ampola em várias partes da cabeça e pescoço por um médico especialista, pode substituir ou reduzir o medicamento preventivo. O efeito não é imediato. “As crises vão perdendo a intensidade, geralmente 15 dias depois das injeções”, relata o médico. Assim como tratamento estético, as aplicações precisam ser refeitas periodicamente.

De acordo com Kaup, atualmente alguns planos de saúde já cobrem os custos do tratamento. O uso de botox no tratamento de pacientes com enxaqueca crônica já está aprovado nos Estados Unidos e na Inglaterra. De acordo com Kaup, o neurologista é que deve fazer a aplicação. O tratamento é contraindicado para quem têm doenças na junção muscular, gestantes e pessoas com infecções.

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