Anvisa investiga colírio suspeito de causar cegueira

Recife – O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou ontem que o caso do colírio Methys Lens Hypac 2% (metilcelulose), suspeito de provocar cegueira em pelo menos 13 pacientes de hospitais do Rio de Janeiro, será investigado com rigor. O colírio foi aplicado nas vítimas durante cirurgias para a retirada de catarata. O laboratório estava interditado desde o dia 4 de fevereiro. A declaração foi dada no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), em Recife, durante a abertura da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite.

Costa afirmou que o fabricante do colírio, a Lenssurgical Oftalmológica, com sede em Campinas (SP), foi fechado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por falta de registro. “É preciso conhecer o caso com profundidade, mas se o laboratório estava fechado e alguém permitiu que funcionasse, esse alguém será responsabilizado administrativa e criminalmente”, afirmou. Segundo a assessoria do ministério, Costa solicitou um relatório detalhado à Anvisa sobre o laboratório, o produto e suas condições de uso. O resultado deverá ser divulgado no início da semana. De acordo com o ministro, o governo poderá fechar qualquer laboratório, desde que sejam constatadas irregularidades ou atitudes que coloquem em risco a saúde dos pacientes.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia suspeita que o produto tenha sido contaminado pela bactéria intestinal enterobacter cloacae, que teria causado infecção intra-ocular nos pacientes operados e, por fim, cegueira. Para a Anvisa, o material pode ter sido comercializado com hospitais antes da interdição do fabricante.

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