Mais de 230 mil quilos de agrotóxicos foram interditados esta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sob a acusação de adulteração na composição e do uso de matéria-prima de origem não comprovada. As vistorias foram feitas nas empresas Ouro Fino, instalada em Minas, Prentis Química, do Paraná e DVA Agro, de São Paulo.
O diretor da Anvisa, José Agenor Álvares da Silva afirma que, sem comprovação de origem, não há como garantir a qualidade e segurança dos produtos. Ele observa ainda que agrotóxicos que usam matéria-prima sem controle e com formulação adulterada aumentam riscos tanto para agricultores quanto para consumidores. A lista de problemas relacionados é extensa: câncer, desregulação do sistema endócrino e problemas reprodutivos.
Na fábrica da empresa Ouro Fino Agronegócio foram interditados cerca de 230 mil quilos do agrotóxico glifosato ácido e 790 mil litros do produto Sucesso BR, por não apresentarem comprovação de origem.
O agrotóxico Flexim, da empresa Preventis, por sua vez, teve sua linha produção interditada diante da constatação de mudança na fórmula do produto. Outros dois produtos, Pren-D e Prend-D 806 foram autuados porque a matéria-prima apresentava teor de pureza inferior ao que é determinado pela Anvisa – algo que também pode representar maior risco para saúde. Na mesma fábrica, fiscais da Anvisa constataram que agrotóxicos Shadow, Gliato, Gly-up e Tupan levavam em sua composição produtos não autorizados.
A DVA Agro também é acusada de adulterar a fórmula de um de seus produtos, o Zaphir. De acordo com a Anvisa, as interdições são válidas por 90 dias, prazo em que os agrotóxicos interditados não podem ser comercializados. Os fabricantes têm 15 dias para apresentar defesa.