O uso indiscriminado de antibióticos na produção de frangos preocupa as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo por causa da possibilidade de a prática gerar bactérias resistentes a tratamentos – prejudicando também a saúde humana. Um estudo preliminar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicado no início de 2008, encontrou, ainda que em uma minoria de casos, salmonelas (bactérias envolvidas em doenças de transmissão alimentar) resistentes a drogas humanas e veterinárias.

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Ressalvadas a baixa incidência do problema e a inexistência de prova científica da relação do uso dos remédios em frangos com o aparecimento de bactérias resistentes em humanos, a própria agência considerou que os resultados são preocupantes, por representar risco à saúde pública, e recentemente resolveu ampliar o monitoramento da produção. “Não sabemos até que ponto a resistência dessas bactérias é natural ou adquirida”, afirma Lucas Dantas, gerente de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Anvisa.

O estudo foi conduzido em 14 Estados, com 2.710 amostras de frango analisadas entre 2004 e 2006. Os resultados mostram que 4% das carcaças estavam contaminadas pela bactéria Salmonella spp, problema encontrado principalmente no Sudeste, que concentrou 50% dos casos. Segundo a Anvisa, as espécies mais encontradas foram S. enteritidis, seguidas de S. typhimurium, nas regiões Sudeste, Norte e Centro Oeste. O uso excessivo de antibióticos por humanos, além de outros fatores como a automedicação, as prescrições incorretas e o declínio nas pesquisas de novos remédios do tipo, estão causando uma pandemia de resistência às drogas.

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