O deputado federal e ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou nesta quinta-feira (29) que voltará a ocupar um cargo no governo Lula. Em entrevista à Agência Estado, Palocci disse que mantém conversas com o presidente, "mas nunca sobre esse assunto".
Os rumores sobre um possível retorno de Palocci à Fazenda vêm sendo acompanhados de perto pelo mercado. Ele ocupou a função entre 2003 e 2006, até o pedido de demissão em meio ao escândalo da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. A intenção do presidente Lula ao reconduzi-lo ao Ministério seria preparar um sucessor para as eleições de 2010, já que até o momento o PT não possui nenhum candidato considerado forte o suficiente para enfrentar a oposição.
Peça importante na aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na Câmara, o deputado se mostrou confiante nas negociações no Senado. "A CPMF é um tributo importante para o País e deve ser aprovada", afirmou. Ele considerou que mesmo os parlamentares que desejam o fim da contribuição sabem que ela não pode ser eliminada de uma hora para outra.
Transparência
Palocci classificou as negociações em andamento como positivas e transparentes. "As concessões feitas pelo governo farão com que o resultado final seja ainda mais positivo do que a simples prorrogação da contribuição", avaliou.
O ex-ministro reconheceu que a carga tributária do País é elevada e precisa ser reduzida, mas disse que considera a complexidade dos impostos como um entrave ainda maior para o setor produtivo. Ele mencionou o recente estudo que põe o Brasil na última colocação em tempo gasto para o pagamento de impostos. "No Brasil, uma empresa precisa contratar uma equipe enorme e ter uma biblioteca para pagar imposto", comentou. Palocci participou nesta quinta-feira do 4º Seminário da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) de Mercado de Capitais, em São Paulo.
