As operadoras de plano de saúde querem que o reajuste anual de 2008, que será definido em maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), já reflita o aumento de custos causado pela entrada em vigor do novo rol de procedimentos, no dia 2 de abril. A ANS, por meio de sua assessoria, descartou essa possibilidade, reafirmando que qualquer repasse do impacto de implementação do novo rol ao consumidor só acontecerá em 2009.
Segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), entidade que representa as operadoras de planos de saúde suplementar, estudos internos das empresas estimam que o aumento de custo deve ser de 6% a 10%. Segundo a diretora da Fenasaúde, Solange Beatriz Ramos, as operadoras temem que haja uma corrida desenfreada pelos novos procedimentos – especialmente os de planejamento familiar – assim que o rol entre em vigor.
Ela participou nesta quinta-feira (21) da reunião da Câmara de Saúde Suplementar, num hotel da zona sul do Rio. Além do diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, estiveram presentes representantes da empresas, órgãos de defesa do consumidor e do Conselho Federal de Medicina. A discussão de como e quando seria feito o repasse dos custos dos novos procedimentos provocou momentos de tensão.
A ANS argumenta que muitos planos de saúde individuais e a maioria dos coletivos já oferecem boa parte dos itens que passam a ser obrigatórios. O reajuste anual é divulgado em maio e a agência acha que terá pouco tempo para analisar o impacto no custo das operadoras. "O consumidor consciente sabe que não existe ganho em qualidade sem aumento de preço", afirmou a diretora da Fenasaúde.