Balanço da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que 54 empresas, com 1 milhão de clientes do setor, estão sob intervenção do órgão governamental por causa de problemas econômicos e na assistência prestada aos usuários. Segundo o órgão regulador, entre 2007 e 2008 o número de intervenções saltou de 24 para 47, um crescimento de 96%, atribuído principalmente ao aperto da fiscalização.
Atualmente, cinco estão sob tutela da agência. A lista de operadoras na berlinda é um alerta, pois uma intervenção significa que a situação chegou ao limite. Os usuários ficam sujeitos à suspensão de serviços e, pior, à interrupção de tratamento. Atualmente, a ponta do iceberg é o caso da Avimed, que soma 258.823 beneficiários. A agência decidiu no fim de fevereiro que a empresa deverá ser liquidada, tal o grau de problemas financeiros, e sua carteira de clientes vendida para outra operadora até o início de abril.
O diretor de normas e habilitação da agência, Alfredo Cardoso, reconhece a gravidade da situação e diz que neste momento a prioridade serão demandas emergenciais. Também admitiu que procedimentos eletivos deverão ser postergados. “A medida mais grave já foi tomada, que é alienação compulsória”, diz Cardoso. Parte dos clientes, cerca de 30 mil, já sofrera antes a mesma situação, pois a Avimed comprou a carteira de clientes do Grupo Saúde ABC, que também quebrou, e que por sua vez havia comprado a clientela da Interclínicas, outra operadora que faliu.