A Anistia Internacional divulgou na quinta-feira, 15, que houve aumento de mortes em confronto com a polícia do Rio nos meses que antecederam a Olimpíada. Foram registradas 168 mortes em operações policiais entre os meses de abril e julho somente na capital fluminense.

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Ainda de acordo com o relatório divulgado na quinta-feira pela Anistia, no mesmo período do ano passado aconteceram 91 mortes nessas circunstâncias – aumento de 85%. A entidade informou que tomou como base dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da Secretaria de Estado de Segurança.

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Renata Neder, assessora de direitos humanos da Anistia Internacional, disse que, “com o aumento do número de operações, as mortes também cresceram”. Para ela, ocorreram “violações aos direitos humanos” por parte da polícia fluminense, que “é muito letal nas suas operações”. O relatório Legado de Violência deverá ser encaminhado diretamente para o governo federal.

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“Casos registrados como homicídio em decorrência de intervenção policial funcionam, muitas vezes, como cortina de fumaça para execuções extraoficiais. Essas mortes precisam ser investigadas”, disse Renata.

De acordo com a assessora, a Polícia Militar informou, em reunião com a Anistia, que houve 12 mortes em operações policiais na cidade e mais 44 homicídios entre os dias 5 e 21 de agosto, quando foram disputados os Jogos Olímpicos.

Não é possível fazer comparação com o período anterior porque os dados criminais divulgados pelo ISP só estarão disponíveis no fim de setembro. Em todo o Estado, a PM informou que houve 217 operações durante os Jogos Olímpicos. A Anistia divulgou que desde abril monitora as operações policiais.

Medidas

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que reduziu a utilização de fuzis pela PM e implementou o Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados (SIM), que monitora a redução da incidência de uma série de crimes. Também criou a Divisão de Homicídios, que passou a investigar as mortes ocorridas em confronto com a polícia.

“A Secretaria de Estado da Segurança tem como prioridade a preservação da vida, a convivência pacífica e a redução de índices de criminalidade no Estado”, diz o texto da Secretaria de Segurança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.