A Anistia Internacional criticou a forma de atuação do governo brasileiro para lidar com a violência no País. Em declarações ao jornal O Estado de S.Paulo, a secretária-geral da entidade, Irene Khan, alerta que o governo está adotando "estratégias equivocadas e perigosas" na luta contra o crime e que corre o risco de voltar a cometer "sérias violações" se o padrão de intervenção, como a do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, for repetido.

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"A polícia precisa ser eficaz, não bruta", afirmou Irene Khan, a número um da Anistia Internacional no mundo. Ciente dos problemas enfrentados no País diante do aumento da criminalidade nas grandes cidades, a secretaria-geral admite que o governo precisa dar uma resposta à população "cansada da violência". "Mas o que estamos alertando é que as formas de resolver a questão não inclui a violação de direitos humanos. Mandar o exército ocupar favelas não resolverá jamais a questão da criminalidade no Brasil. O exército não é feito para isso e enviá-lo a desempenhar tal função não deveria ser considerado nem como a última alternativa", disse.

"O que resolve é ter uma policia bem treinada, bem equipada, bem remunerada e que sabe o que deve fazer. O que resolve também é criar uma condição social para que esses grupos criminosos não encontrem um terreno fértil para se proliferar e ganhar adeptos" afirmou.

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