Técnicos da Defesa Civil de Salvador (Codesal) e agentes da Polícia Técnica da Bahia iniciaram hoje as investigações sobre as causas do desabamento de um prédio de sete andares, localizado no bairro de Pernambués, na noite de sábado. O acidente deixou três mortos e dois feridos. A expectativa é que o resultado dos estudos seja conhecido em 30 dias. Segundo os técnicos da Codesal, a análise inicial indica subdimensionamento da obra de contenção da encosta localizada atrás do prédio e uso de materiais de baixa qualidade. “Há erros graves, que causaram a movimentação das pilastras”, avaliou o subsecretário da Codesal, Osny Bonfim.

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O gestor da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município de Salvador (Sucom), Cláudio Silva, informou hoje que a empresa responsável pelo prédio, a Marques Lima Construções Ltda, teve o pedido de alvará para a realização das obras negado por quatro vezes pela prefeitura. De acordo com ele, foram encontrados problemas estruturais na construção e irregularidades no manejo do terreno.

Silva contou que o local foi vistoriado três vezes, mas a obra não chegou a ser embargada, porque os fiscais não encontraram pessoas trabalhando no local nas visitas. “Imaginamos que as obras tinham sido paralisadas, atendendo a nossa recomendação”, contou. “Houve uma conduta irresponsável por parte da empresa, porque não haveria a possibilidade de regularização dessa obra.”

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (Crea-BA) informou que instaurou processo administrativo contra a empresa e contra o engenheiro responsável pela obra, Eduardo Wesley Lima de Aquino, para investigar o caso. De acordo com o órgão, a empresa havia sido notificada, em 12 de julho, por não ter registro regularizado. No dia 16, a Marques Lima Construções deu entrada na documentação, mas o processo ainda não havia sido concluído. Segundo o Crea, o engenheiro também não tinha cadastro regularizado no órgão.

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Casarão

Na tarde de hoje, os bombeiros também conseguiram retirar o corpo de uma mulher identificada como Artemísia, que estava nos escombros da estrutura interna do casarão de quatro andares, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que ruiu na madrugada de sábado, na Ladeira da Conceição da Praia, no Centro Histórico de Salvador.

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No desmoronamento, três homens ficaram feridos. Um deles, Elielson Carvalho dos Santos, de 40 anos, teve de ter parte do braço esquerdo amputado no local para ser removido. Ele passou por outra cirurgia no HGE, na noite de domingo, e passa bem.

Segundo os bombeiros que participaram dos resgates, a demora para a retirada do corpo de Artemísia foi causada pelo risco de novos desabamentos no interior do imóvel.