Brasília (AE) – O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem que a agência reguladora vai apresentar hoje à Justiça um novo recurso na tentativa de evitar a entrada em vigor de restrições às operações de alguns aviões no aeroporto de Congonhas (SP). ?Estamos ultimando os argumentos para apresentar um novo recurso?, afirmou Zuanazzi.

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O presidente da agência reguladora criticou o fato de as decisões judiciais que podem suspender total ou parcialmente as operações de aviões em Congonhas não estarem embasadas em laudos técnicos. ?Nos preocupa o fato de não estarmos vendo o devido acompanhamento técnico sobre o assunto nessas decisões?, afirmou.

Ele enfatizou que a agência reguladora e as demais autoridades aeronáuticas estão preocupadas com a segurança das operações em Congonhas e seguem todas as regras internacionais ?rigorosamente?. ?Não estamos tergiversando nesse assunto?, afirmou. A justiça paulista tem usado a segurança dos usuários e vizinhos do aeroporto como argumento para conceder as liminares que podem paralisar os pousos e decolagens em Congonhas.

Zuanazzi apontou haver incoerência nas decisões judiciais, porque, segundo ele, ?se o aeroporto não é seguro somente a partir do dia 26, então ele deveria fechar agora?. Ele se referiu ao fato de a desembargadora federal Cecília Marcondes, do TRF de São Paulo, ter dado um prazo até a próxima segunda-feira para receber informações técnicas sobre os aviões, ou voltaria a vigorar a restrição anterior a três tipos de aviões: Fokker 100 e Boeings 737-700 e 737-800.

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Segundo o presidente da agência reguladora, é melhor para o fluxo do transporte aéreo no País operar em Congonhas com as restrições de segurança definidas pelas autoridades aeronáuticas – como a interrupção temporária em momentos de chuvas fortes -do que interditar totalmente ou parcialmente as pistas. ?Se tivermos que redistribuir o fluxo de Congonhas, o aeroporto de Cumbica (Guarulhos), por exemplo, só teria capacidade para receber até 25% do movimento de Congonhas, e Viracopos (Campinas), outros 10%. E o que faríamos com os demais 65%??, comentou.