Anac promete ouvir aéreas antes de redistribuir vôos

O diretor geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, major brigadeiro do ar Ramon Borges Cardoso, disse que o processo de redirecionamento dos vôos comerciais comandado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) dependerá também do interesse das companhias aéreas. A readequação da malha, porém, precisará ter o cuidado para não congestionar outros aeroportos, explicou. "É preciso ver para onde cada empresa quer levar seus vôos, mas ter cuidado porque senão é só transferir o problema", disse.

Segundo Cardoso, os aeroportos de Confins, em Belo Horizonte (MG) e do Galeão, no Rio, podem ser uma alternativa para substituir o aeroporto de Congonhas como um ponto de distribuição de vôos. Ele disse que ainda há capacidade em Viracopos, em Campinas (SP).

Essas definições não ocorrerão de imediato, mas o diretor lembrou que já houve uma redução no número de pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas, de 44 para 33 movimentos por hora, desde a última quarta-feira. O brigadeiro afirmou que essa redução será mantida mesmo quando as duas pistas do aeroporto estiverem operando. Das 33 freqüências, caberá à Anac definir quantas serão destinadas à aviação civil e quantas ficarão para a aviação geral, acrescentou.

Cardoso explicou ainda que a Anac pode definir para os vôos de Congonhas a distância ou as localidades em que estes vôos poderão operar. Segundo ele, a idéia é que Congonhas opere dentro do conceito de ponte aérea – somente com vôos diretos. O brigadeiro ainda justificou a decisão da Anac de reduzir o peso máximo permitido das aeronaves que utilizarem o aeroporto de Congonhas. Segundo ele, o peso interfere na distância de parada, por isso a redução do peso vai permitir que em qualquer circunstância seja usada a pista auxiliar, menor que a principal.

Congestionamento

Cardoso informou ainda que Congonhas tem capacidade para atender 12 milhões de passageiros por ano, mas, no ano passado, passaram pelo aeroporto 18,8 milhões de pessoas. O tráfego em Guarulhos em 2006 foi de 15,3 milhões de passageiros. Para acentuar o alto tráfego em São Paulo, Cardoso afirmou que 1.400 aeronaves utilizam os aeroportos em São Paulo por dia. No Rio de Janeiro, esse número é de 750 e em Brasília, de 340 aviões por dia. "Existe uma folga para que esses vôos de São Paulo sejam distribuídos. É por isso que os problemas em São Paulo afetam imediatamente toda a malha aérea do Brasil", ressaltou.

O brigadeiro garantiu que a redistribuição dos vôos não afeta a parte do controle dos vôos. Segundo ele, a área terminal de São Paulo continuará operando com o mesmo número de controladores de vôo.

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