Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr |
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Audiência no Senado, ontem, buscou soluções para acabar com transtornos nos aeroportos. |
Brasília (AE) – O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e o presidente da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, discordam sobre as perspectivas do controle aéreo brasileiro para as festas de fim de ano. Bueno afirmou que não haverá problemas no controle do tráfego aéreo durante o Natal e o Réveillon. Por outro lado, o presidente da Anac admitiu que não há solução de curto prazo, ?porque não tem controlador (de vôo) na esquina?. E, por conta disso, disse que não há condições para assegurar que o problema será resolvido até as festas de fim de ano.
As afirmações foram feitas durante a reunião entre o ministro da Defesa, Waldir Pires, o presidente do Sindicato dos Controladores de Vôo, Jorge Botelho, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), Marco Antonio Bologna, e os representantes da Aeronáutica e da Anac, na sessão conjunta das Comissões de Infra-Estrutura e de Relações Exteriores e Defesa Nacional, no Senado. ?Já temos gente suficiente para o final de ano. Os senhores não precisam ficar preocupados com os períodos de férias?, declarou Bueno.
Por outro lado, o presidente da Anac disse que a agência, em conjunto com as companhias aéreas, já está promovendo um ajuste de horários dos vôos nos aeroportos com o objetivo de reduzir a concentração em determinados períodos. Segundo ele, até agora já foram ajustados 91 horários de uma malha aérea que contém 1.340 vôos diários, em média. ?Parece pouco, mas isso mostra que esses ajustes podem ser feitos?, afirmou Zuanazzi.
O presidente da Anac atribuiu os transtornos nos aeroportos ao modelo de sistema integrado da aviação comercial. Segundo ele, as aeronaves, hoje, são utilizadas na sua capacidade máxima, fazendo conexões em várias cidades. E, por isso, o atraso em um ponto do país acaba se refletindo em vários outros lugares como um ?efeito dominó?. Ele citou como exemplo o fato de as tempestades no sul e sudeste do país, no domingo, terem provocado o fechamento do aeroporto de Congonhas por três horas, o que causou atrasos de até seis horas a pessoas que iam sair do nordeste. Outro fator que desencadeou a crise, segundo Milton Zuanazzi, é que o setor tem crescido muito, acima da economia. No ano passado, lembrou, o setor cresceu 26% e este ano 13%, enquanto a economia teve um crescimento de 3%.
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