O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã desta segunda-feira, 16, que a ampliação do rodízio de veículos é uma questão controversa e que talvez não se justifique a médio prazo. É a primeira vez que o governo municipal admite que pode não expandir a restrição para outras vias da cidade de São Paulo, como anunciado no início do ano. “A questão é controversa, isso está em análise. Há técnicos que estão colocando objeções, há outros que estão defendendo, mas isso é uma decisão técnica que precisa ser tomada com cautela, não de supetão, porque é uma coisa que vai impactar muito a cidade”, disse Haddad durante visita ao Centro Educacional Unificado (CEU) Casa Blanca, no Campo Limpo, zona sul.
De acordo com o prefeito, a ampliação dependerá de que a maioria dos profissionais da Secretaria Municipal dos Transportes esteja convencida de sua eficácia. Ele acrescentou que simulações por computador demonstraram que haveria, no princípio, uma melhoria no trânsito. “Tudo é analisado por computador antes de ser implementado. Tem gente que conclui que o impacto inicial existiria, mas no médio prazo ele se perderia. Então, tem toda uma conta para fazer que não é só a instantaneidade da medida, você resolve de um dia para o outro, mas e no médio e longo prazo? Se a conclusão for de que o efeito no médio prazo é pequeno, talvez não justifique a medida. É isso o que está sendo analisado”, disse Haddad.
No fim do ano passado, a administração municipal havia informado que pretendia ampliar o rodízio para outros pontos da cidade. Hoje, a restrição só vigora dentro do centro expandido da capital. Com a extensão, 400 vias seriam contempladas, somando 371 quilômetros lineares, em todas as regiões. Dessa forma, avenidas como Brás Leme, Aricanduva, Professor Francisco Morato e Inajar de Souza teriam a proibição vigorando. Em janeiro, o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, chegou a afirmar que a ampliação ocorreria no mês de abril, o que não se concretizou.
Corredores.
Haddad também falou sobre os novos corredores de ônibus que sua gestão promete construir. Desde janeiro, o processo para a licitação desses equipamentos está paralisado no Tribunal de Contas do Município (TCM), o que pode levar a atrasos ao cumprimento da meta de 150 quilômetros de corredores até o fim de 2016.
“Estamos conversando com o tribunal. Já tivemos a liberação do viário sul e agora estamos discutindo o outro pacote, dos dez lotes remanescentes. Acho que cinco estão bem encaminhados. Os outros cinco ainda em análise. Mas só com isso já cumpriríamos a meta”, afirmou o prefeito. De acordo com ele, a conclusão do licenciamento ambiental de metade deve ocorrer ainda neste ano.