Brasília – A ampliação do Bolsa Família com uma terceira e nova modalidade, o Variável Jovem, que será pago para famílias com adolescentes matriculados em escolas, não resolve a problemática da educação no país mas já representa o ?primeiro passo? para melhoria de todo o processo de ensino. A avaliação é do secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), André Lázaro.
?É o primeiro passo. Não é o único e nem é suficiente. Vai ajudar a enfrentar um problema crônico na educação brasileira que é a ausência dessa faixa etária [16 e 17 anos] na escola.?
A partir desta segunda-feira (17), as famílias que fazem parte do Programa Bolsa Família e que possuem adolescentes com idade entre 16 e 17 anos matriculados na escola começam a receber o Variável Jovem ? benefício no valor de R$ 30 por adolescente. Cada família terá direito ao valor máximo de R$ 60 (mesmo que tenha três ou mais adolescentes dentro da faixa etária). A freqüência escolar mínima deve ser de 75%.
Lázaro destaca que essa faixa etária é ?crítica?, não só para a educação brasileira, por conta do grande índice de evasão escolar.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social divulgados nesta segunda (17), a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) mostra que os beneficiários do Bolsa Família possuem uma freqüência escolar 1,6% maior que os não-beneficiários. Para Lázaro, o percentual não pode ser considerado baixo.
?Temos que levar em conta a taxa de cobertura que o Brasil já alcançou com a educação básica. Já temos 97,3%. Perder esse 1,6% seria perder muito. Se o Brasil estivesse com taxas muito baixas de cobertura, o número poderia ser inexpressivo. Com as taxas altas que temos, é muito expressivo. No Brasil, qualquer 1% para a educação pública é muita gente.?
Aproximadamente 1,7 milhão de adolescentes com idade entre 16 e 17 anos fazem parte de famílias integradas ao Bolsa Família e, portanto, têm direito ao Variável Jovem.